sábado, 3 de outubro de 2020

O perdão como mecanismo psicológico de regeneração e cura

O perdão como mecanismo psicológico de regeneração e cura, do esquecimento do rancor que aleija o homem impotente que não pode se decidir à ação, seja por distância temporal ou espacial, o rancor essencialmente como uma tela vítrea pela qual toda luz do mundo que chega a tua mente é tingida pela angústia, o ressentimento do dano recebido, a ansiedade de não poder retorquir, e o culto desses sentimentos nefastos numa mente que se torna cada vez mais perturbada até o ponto de quebra.

Ao se focar e ressentir do dano recebido o homem involuntariamente atrela a existência do ser por ele odiado à sua própria, sempre remoendo o passado, sua ferida, e sua raiva que o consome, assim ele sofre constantemente, sofre por seu rancor, sofre por não obter a exação de sua vingança tão anelada.

Um perpétuo sofrer, um perpétuo anelar.

Ainda mais, uma perpétua lembrança do ser odiado. Ora porque alguém manteria em sua mente a imagem de seus inimigos senão em vista da vingança? 

Ou seja, para usar o ódio como energia. 

Mas o ódio consome a pessoa que o sente, nunca será saudável, tirar energia do ódio é o mesmo que queimar a própria vida, a verdadeira coragem vem do amor.

Quando a vingança torna-se inverossímil, ou um fardo demasiado pesado para carregar, o homem pode escolher desatrelar de si a figura de seu ofensor, e todos os sentimentos nocivos atrelados a ele. Em verdade o perdão é um modo de deixar para trás um evento traumático, esquecer, recomeçar, soltar o fardo de sentimentos negativos. Nesse ponto o perdão se torna panaceia de quem perdoa e não do perdoado, um dos modos de não desperdiçar sua vida em ódio e rancor, pois como dissera o adágio "rancor é como tomar veneno e esperar que outra pessoa morra".

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