terça-feira, 18 de junho de 2019

Experiências



Em nosso mundo moderno, variadas são as garras que podem escravizar a alma do homem jovem, escapismos propostos pela sociedade como normais e aceitáveis, íncubos tecnológicos, pestilências técnicas que devoram seu espírito e toda sua energia vital.

Redes sociais, pornografia, jogos eletrônicos, criam uma teia fatal em sua vida, em que eventualmente escapar dela será uma impossibilidade. A tecnologia como fim é uma erro, que obsta que o homem possa viver sua vida como a natureza o ordenou, a campo aberto, entre as montanhas, com a pele dourada pelo sol do meio dia, e as roupas sazonadas pelo ventos cortantes ou acalentadores.

Ao invés, o contrário é o que acontece, enclausurados em quartos de concreto, enredados numa vida em que um dia é sempre igual ao outro, vivendo suas vidas através de uma tela, com falsos amigos, falsas sensações, falsas relações, ou até não diria falsas, mas imaginárias. Assim o homem apodrece, incapaz de experimentar a vida em sua tumultuosa variedade ilógica, artística, de beleza multicolor, e intensidade muscular e esportiva.

Não anda de cabeça erguida, teme o sol, teme andar a campo aberto, teme a ausência de conforto e segurança, teme abandonar o simulacro de vida que fizera para si mesmo. Ignorante que essa mesma segurança e confortos são farsas insustentáveis que eventualmente hão de ruir.

Uma vida plena é vivida no mundo real, com dores reais, prazeres reais, sentimentos reais, tudo mais é ilusão, especialmente esse embaraço tecnológico em que nos enleiam as grandes corporações, não se pode chamar um homem de amigo sem tem olhado a honestidade nos olhos dele, sem ter apertado sua mão ou ouvido a sinceridade em sua voz.

Somente assim se constrói uma tribo, uma irmandade, verdadeiras relações. A natureza social do homem é uma realidade inexorável, que não pode ser suprimida ou desviada, os homens foram feitos uns para os outros já diziam todos os axiomas das grandes filosofias não subvertidas ou degeneradas. 

E assim deve ser, na natureza o lobo sem sua alcateia, morre de fome ou exposto, assim são os homens e é preciso seguir essa lei, por mais difícil que seja hoje em dia, encontrar homens com natureza semelhante a nossa a quem possamos chamar amigos.

segunda-feira, 17 de junho de 2019

Como lágrimas na chuva



Nós não podemos como terceiros ou seres estranhos avaliar o quanto as experiências de vida valem para cada indivíduo. Não somente as que acontecem no mundo material, mas também no reino da mente, experiências por vezes totalmente subjetivas, fruídas por ninguém mais além de nós mesmos.

Ter de explicar a outra pessoa a beleza e o deleite dessas experiências seria debalde, e o quanto para nós elas são caras, e como de certa forma ajudaram na criação de nossa personalidade.

Quem poderia entender? Quem poderia admirar conosco?

E de fato com o fim de nossa existência todas essas experiências serão perdidas, como lágrimas na chuva.

Mas não seria essa chuva senão as lágrimas das experiências de nossos antepassados? E que para nós experienciarmos hoje, necessariamente teria de ter havido a dissolução das mais belas experiências daqueles antes de nós? E que a nossa dissolução seja necessária para que outros no futuro possam deleitar-se com suas próprias, não é o justo? A natureza não age com hombridade desse modo?

Eu creio que sim.

E creio que o fato de que nossas experiências mais recônditas, caras, belas e nobres se "perderão"(na verdade se transformarão) seria de certo modo uma peroração da natureza a vivermos amplamente as experiências que valem a pena serem vividas na terra, na medida em que podemos vivê-las.

O encontro com Deus na oração ou meditação, o contemplar absorto entre as montanhas, o influxo de energia vital logo antes de o sol nascer na brisa matinal, uma amizade sincera, a sinergia entre duas almas no amor puro, e várias outras.

Por nobres e excelsas que são se distinguem da vulgaridade sensorial em que somos bombardeados hoje em dia. São experiências que constroem nossa alma e mente. E o fato delas se perderem com a dissolução de nosso corpo material não as diminuem, antes aumentam seu valor e como devemos vivenciá-las ante a iniquidade de nosso tempo.

quinta-feira, 13 de junho de 2019

Sobre a liberdade de expressão

Observando o punho de ferro com que as grandes corporações capitalistas esmagam qualquer voz dissidente que não seja boa para exibição de propagandas.

Considerando também como as grandes corporações movem montanhas para manter suas marcas comercializáveis e sem nenhuma mácula de associação com políticas ou temas de identidades tóxicas. (Pois existem as políticas e temas de identidade não tóxicas, e.g. como as empresas elegeram junho para celebrar o orgulho homo.)

Ora, quem decide que identidade é tóxica ou não? Jornalistas, Hollywood, Artistas, Academia universitária et cetera... Esses conseguem empurrar o pendulo da janela cultural do que é aceitável ou não para seus próprios fins. Ignorando conceitos como liberdade de expressão ou até mesmo as preferências culturais da população em geral. Marxistas culturais confeccionando o tecido social numa aliança blasfema com grandes empresas capitalistas.

Esse expurgo pode ter um lado bom, diversificar as plataformas de conteúdo na internet, essencialmente nos últimos anos, erigiram-se leviatãs de trafego e conteúdo, poucas empresas que visam somente o lucro através de propagandas e coleta de dados de seus usuários, que, para essas empresas não são clientes e sim o produto à venda, os verdadeiros clientes dessas empresas são outras empresas que vão fazer propagandas ou comprar os dados dos usuários.

Continuando o raciocínio, esses expurgos podem ter um lado bom, diversificar as plataformas de conteúdo e exigir dessas plataformas um comprometimento sério com a proteção de dados dos seus usuários e o objeto mais sacro de toda plataforma, a liberdade de expressão de seus usuários no contexto de termos de serviço objetivos e claros.

E por liberdade de expressão refiro-me a primeira emenda da constituição americana advinda na Carta dos Direitos dos Estados Unidos:

Emenda I

O congresso não deverá fazer qualquer lei a respeito de um estabelecimento de religião, ou proibir o seu livre exercício; ou restringindo a liberdade de expressão, ou da imprensa; ou o direito das pessoas de se reunirem pacificamente, e de fazerem pedidos ao governo para que sejam feitas reparações de queixas.

Não essa farsa que existe em outros países, em que existem "crimes" de opinião.

E que essas monstruosidades chamadas grandes redes sociais, que estão na mão de 3 ou 4 empresas, que agem de modo coordenado visando a repressão das opiniões "tóxicas" e não amigáveis as propagandas. Que essas monstruosidades possam se diluir e perder força.

Afinal, a bênção que foi a internet na difusão de informações no começo dos anos 2000 para a grande população em relação a televisão e rádio, era justamente no fato de que não haviam mais editores ou censores, as ideias podiam circular livremente, boas ou ruins, cabia ao individuo discernir a veracidade do que lia. 

Isso foi um grande golpe na elite que controlava o fluxo de informações através de seus conglomerados midiáticos, eles não tinham mais o monopólio das notícias e consequentemente da opinião da população em geral.

Isso foi mudando através dos anos 10, e hoje parece que voltamos a estaca zero pois ao aderir as grandes redes sociais e de vídeos, nós colocamos de volta o poder nas mãos dessa pequena mas poderosa elite de controlar o fluxo de informações através de algoritmos e sugestões e por fim através da censura.

Não mais! Porque dar tamanho poder a esses indivíduos? Abandonar as grandes redes sociais é a decisão mais lógica, endossar aquelas que se comprometem com a liberdade de expressão e privacidade de seus usuários é a melhor e mais sábia escolha.