segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Controller



Invano serve all'uomo piangere sulla realtà
É em vão para o homem, chorar por sua realidade,
Invano serve all'uomo arrendersi alle ostilità
É em vão para o homem, render-se a hostilidade,

Io ho il mio controllo!
Eu tenho o meu controle!
Io ho il mio controllo!
Io ho il mio controllo!

Riflesso sul Metallo!
Refletido no metal!

Io ho il mio controllo!
Io ho il mio controllo!
Io ho il mio controllo!

Mentre tu rimani in Stallo!
Enquanto você permanece estagnado!

Controller I'v got my mission !

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Aqui [2]

Todo esse vento puro que sopra em minha alma, inoculando vigor em meus membros cansados, essa vontade de liberdade que me instiga as últimas conseqüências, põe-me a andar nessas sendas, nos caminhos pelos vicejantes vales, onde encontro-me em cada seixo, cada filete d'água, no chilreio das aves, nas flores do cerrado, nos troncos tortuosos, minha alma reside nessas trilhas, estas terras e eu, somos um.

O sol outorga-me suas bençãos nessas viagens lançando sobre mim seus cálidos feixes por entre as nuvens auri-róseas do arrebol, nessas horas místicas do renascimento do mundo após as trevas noturnas, Deus se achega aos homens, e sussurra em suas almas palavras obscuras, decifráveis apenas pelos códigos da natureza, que os homens tolamente obliteram pela superficialidade do mundo técnico moderno, os homens não mais ouvem suas próprias almas.

Contemplando essa imensidão, parece-me, não sei ao certo, que consigo já ouvir os vagalhões do oceano que aqui existira, troar rebentando contra essas muralhas rubras, cinzelando essas pétreas formas artísticas que a providência aprouve perfazer. Sim, minha mente também rola pelas superfícies desse oceano fantasma como uma potente vaga! Milhões de anos nos apartam, ainda assim me sinto embebido nas vastidões deste monstro onde em espírito decidi-me imergir.

As forças que irradiam dessa terra vermelha pervadem meu ser, confluindo-se nessa força irresistível, que atrai-me, possui-me, e preso nessas espirais ascendentes, cedo meu destino a essas montanhas invencíveis, que se elevam e se impõe soberbas e altaneiras, pois também eu sou uma delas, porque nós somos um.

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Victoria Legrand


Victoria Legrand, insigne vocalista da banda Beach House, bela, estonteantemente bela. Daquela beleza perdida nos tempos de outrora, fresca como o orvalho matinal, doce como o perfume da primavera que recende nos vaus e pelos densos bosques, uma beleza simples bucólica é tudo que se me vai na alma ao vê-la e ouvi-la.

O que o eu lírico(pois é o único que eu jamais conhecerei) dela me parece auferir é uma sensibilidade sofisticada própria das almas femininas, e que nos é tão cara a nós, homens, a jovialidade e lepidez própria das jovens mulheres, é uma torrente que não se escusa de nos levar a roldão, e que nos imerge em sua arte e seu brilhantismo, assim, creio que motivo o principal do grande sucesso desfrutado por esse duo de Baltimore, é essencialmente a presença de espírito de Legrand, que expressa tão bem todos os maravilhosos adjetivos que os poetas já outorgaram a seu gênero.

E se não me fiais a verborragia, sintais então, em vós mesmos o que digo... Não é assim?



segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Impressões

Os Deuses observam minhas desgraças? Ouvem minhas lamúrias? Consternam-se por meu rogo? Quando tudo que se ama, escapa de ti como um sonho fugidio, nada resta senão olhar aos céus. O vigor animal não pode salvar-me, enredado na trama de ilusões, quais fui eu mesmo responsável. Eu? Ou a providência? Os sábios de outrora inferiram que o mais nobre dos sentimentos não poderia ser senão a evidência de uma centelha divina em nós...

E cá estamos com essa centelha que não mais que de repente torna-se um vórtice de flamas furiosas que devastam todas as paragens de nosso espírito causando nossa perdição... Seu poder, apenas pode ser necessariamente divino, a alma humana seria capaz de tal potestade? Creio que não. Já no imo seio desse sentimento devastador, seu sentido? Divino? Algo que faz tão mal poderia vir da providência? É possível. Minha condição é certamente deslindada nas profundezas mais inferas da escuridão. E é apenas a escuridão que descubro fomentada em mim.

Eu olhei demais dentro do abismo. E ele me olhou de volta.

Consubstancio-me com ele em sua morosidade secular, eterna, que conheceu decerto vários homens como eu, melhores que eu. Mas os da minha cepa não deveriam estar sempre voando a essas trevas? Pois se elas são inatas ao meu espírito, não o seriam também as grandes altitudes, e esse peso que como o chumbo oprime meu peito não seria outra coisa que a aversão de pulmões aclimatados as condições respiratórias extremas como ao ar rarefeito ou comprimido a essas medianias que me são completamente alógenas?

Ergo, não me escuso de arrostar o punho inexorável do meu destino, se sou fruto da terra, fui semeado em tais singulares condições, meu sangue sabe a esse terra, esse ambiente, essas pessoas, tão atabalhoadas em meu redor que observo em minha placidez estóica. Você porventura ousaria prová-lo? Meu espírito se esvai a medida que meus dedos ágeis retumbam nas teclas desse teclado. Um pouco de mim aqui fica, nessa rede, nessa trama de informações infinitas, as quais as almas curiosas que leem essas linhas também absorvem, homeopáticamente, massacro meus demônios através de vocês, nessas catárticas impressões, tão inebriadas das paixões de minha fera humana, que domo a duros golpes de virtude, alguns falhados, confesso, mas não menos válidos. Controlar-me...

Quando você se acalenta sob a égide dos braços dele, eu apenas desejo que todo o inferno suba a terra.

sábado, 6 de novembro de 2010

Aqui



(clique na imagem)

Que atmosfera feérica, nessas florestas tudo parece belo, o ar puro em contato com meus pulmões outorga-me o prazer da simbiose com o espírito da terra, inundando meu ser de leveza, de saúde e bondade.


Esses paredões escarlate, pelos quais os ventos alegremente dançam numa sinfonia de maviosos acordes, esses paredões resguardam minha alma, da destruição, do ódio, das razzias provocadas pelas hordas sem face, uniformes em sua marcha tétrica em direção a morte. Aqui meu espírito regozija-se ao sabor das variegadas multitudes de cores que pululam em cada ser vivo. Esse baluarte da vida, desde sempre essas muralhas da natureza que se elevam ao infinito, as máculas, dores, desonra, medos, tudo desvanece nessas paragens onde o amor irrora em cada átomo desse lugar, mil vezes abençoado pelos Deuses.

Aqui, respirando as nuvens, descaio nos mais doces devaneios, na miríade de visões celestiais que se descortinam nessas rochas, e minha alma se despe de todo constrangimento, todo peso desnecessário, nessas altitudes, nessas muralhas invencíveis, pela eternidade, o mundo se arrasta perante mim, e me encontro no puro fluxo do pequeno riacho, no vigor das florestas, no cantarolar dos pássaros, tudo é belo, na policromia desse sonho, a maldição é quebrada...