segunda-feira, 20 de março de 2017

A disciplina é sagrada

A disciplina é sagrada, é ela que te faz um bom homem, um homem que pratica boas ações. Uma boa rotina produz um homem bom, tu deves alimentá-la com o fogo do teu ardor, tua fé, é muito fácil descair nas trevas do niilismo, depor as armas contra o destino, e sucumbir na luta eterna que ocorre dentro de nós.

Não te livres dessas agruras pois elas te purificam da vaidade e trivialidade do mundo, em nossa época corrompida em seu fulcro, a disciplina e prática ascética são como a chuva que lava essa sujeira de sua alma.

A solitude pode desorientar um homem se não conduzida por caminhos retos e sábios, se assim for, ela o eleva, muito mais alto que a plebe e massa vulgar materialista, eleva-o aos picos e abismos onde somente a grandeza pode coexistir. Uma solitude assim é sagrada, e deve ser mantida. Essa é a ascese da honra e iluminação.

domingo, 12 de março de 2017

Eu vivo em tempos decisivos

Texto escrito em 12/10/2016

Eu vivo em tempos decisivos. Para o mundo, para o espírito dos tempos, ao que se resumem as eleições americanas, onde poderemos ver uma renascimento do nacionalismo, ou o fim das identidades nacionais e decaimento completo do ocidente.

Isso não deveria me afetar porém, isso eu não posso controlar, o que eu posso controlar são minhas motivações, virtudes, desejos, honra. Não coisas externas, materiais, a vontade de outras pessoas. Ainda assim tudo isso é tão excitante, estar assim a beira do abismo, eu gostaria também de participar desse ativismo nos EUA, lutar por essa causa, mas ao destino soeu eu ter nascido bem longe. Mesmo assistir como terceiro é excitante.

Não devo me esquecer que essa batalha é aparente, a verdadeira batalha ocorre em mim, em como eu sucumbo ou não a vileza do mundo, e sujo meu espírito no monturo da desonra. Se eu me mantiver limpo, meu mundo interno estará limpo, portanto todas as coisas mesmo externas se revestirão dessa pureza. Eu não devo me excitar demais ou me abater com o resultado da política ou de coisas externas. 

Minha visão do que eu devo fazer para viver dignamente é clara, no fundo todos nós sabemos porque somos corruptos e como deixar de ser corruptos, na maior parte do tempo não fazemos porque é mais prazeroso continuar vivendo na sujeira do que se elevar e viver de acordo com a natureza.

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Estive a pensar em sustar minhas atividades nesse blogue, deveras durante o ano passado, dediquei-me, ainda que precariamente, as traduções. Mas meditei e cheguei a conclusão que não, já derramei muito do meu espírito nessas páginas para desistir agora, e em nenhum outro meio eu me expresso como aqui. Apesar de ser deserto.

Confesso, a interação social, ou falta dela me desmotiva, mas olhando para trás e analisando o principal motivo de eu criar esse blogue, escrever de mim à mim, não ter companheiros de viagem não seria um motivo sensato para eu fechar essa empreitada. Tudo isso, claro, em perspectiva de que outras redes sociais de compartilhamento de textos facilitam muito mais a participação dos usuários. Todavia deveras, sucumbir a essas veleidades seria um erro.

Essa solitude ao invés me permite contemplar, ser humilde, meditar em mim mesmo, me refrear, e silenciar o zumbido social que é a adicção da sociedade moderna, nesse ponto, esse blogue é meu espaço de meditação e transcendência, é meu deserto em que reflito nesses 40 dias eternos, a solitude solar, a destruição do ego voraz, e a ascensão ao caminho da virtude.

Essas reflexões são internalizadas, cinzeladas na alma, pelo silêncio e vazio sublime, onde meu verdadeiro eu pode irradiar-se e pervadir com sua benevolência todos recônditos da minha mente, que amiúde se descaminha em torrentes apaixonadas de sentimentos que não me enobrecem, nem me elevam, causadas pelo ego desfigurante.

Saúdo a ti, oh sagrada e pura solitude, faz-me transcender e elevar-me sobre mim mesmo.