quarta-feira, 15 de janeiro de 2020

Mais um ano

E tudo parece estranho, novas experiências, confirmando velhas ideias, sentir-me compelido a aquiescer à fragilidade humana, e também a sua fortitude, às batalhas que não podemos nem vamos vencer e observar as estruturas e padrões mundanos se repetindo sem fim, seria esse o eterno retorno de Nietzsche? Não, o eterno retorno deve ser algo mais complicado que isso.

Tornar-se consciente de que a vida humana é breve, expurgar os demônios do coração, se arrepender, avançar, ascender e cair de novo, o ciclo eterno, a condição do homem.

Roger Scruton morreu, o filósofo da beleza, confesso que nunca li nenhum livro dele. Apenas assisti ao seu documentário, e sobre a beleza dar sentido a vida, eu concordo totalmente, premissa inclusive adotada por Nietzsche quando se referia a arte.

Lutamos enquanto temos força nos membros, e quando não tivermos mais? E quando tivermos somente nossa mente por nós? Essas perguntas me assombram as vezes.

E quanto ao que construímos de material nesse mundo, de que vale? Em cem anos pouquíssimos de nós seremos lembrados por nossas obras materiais. Em 1000 anos ninguém sequer saberá nossos nomes. Até mesmo nosso milieu cultural será lembrado como uma época de insanidade e vulgaridade.

Mas há uma mensagem nossa que atravessará os éons e infinitude de espaço e tempo, nossos genes. Em 1000 anos nossa mensagem genética, em sua boa parte ainda estará nessa terra, se os humanos existirem.

Por isso que, a despeito da virtude e da moral, materialmente falando, nossa família é importante, são nossos mensageiros através do tempo e espaço.

A vida é mais completa e plena quando se constrói uma família. Essa é a missão do homem, pela eternidade.