sexta-feira, 19 de junho de 2009

Outdoor

"Outdoor" é uma palavra inglesa que significa "fora de casa", em lugares abertos, apenas com o céu como teto.


O homem tem se tornado nesses tempos modernos, um animal essencialmente doméstico, acostumado a viver em pequenos cubículos, jaulas chamadas salas e quartos.

O conforto aleijou o homem a tal ponto que ele não precisa sair para fazer praticamente nada, tudo pode ser encomendado, tudo vem até ele, comida, entretenimento, sexo, trabalho, estudo... e o que mais se pode imaginar.

A vida em seus tons selvagens, a vida na natureza, vai em muito pouca estima na alma do homem moderno, e as grandes paisagens, as florestas, as montanhas vão sendo destruídas, porque na verdade para o homem da cidade elas não tem utilidade alguma(espiritualmente falando).

É claro, um punhado de citadinos irá defender a vida natural, por motivos consequentes a sua própria existência. É um bom motivo, mas eu não diria que seja o principal. Quantos deles já estiveram no campo, quantos deles já mataram para comer(alguns até mesmo abominam isso, uma coisa básica da cadeia alimentar)?

No fim das contas, passa-se uma vida inteira preso, mas entretido, em um ambiente onde tudo é artificial, a luz, o ar, as pessoas, a vida...

Eu, de mim a mim, digo que prefiro a selvageria das florestas, faz sentir-me mais humano, vivo...

E quando contemplo aonde leva essa vida de confortos, artificialidade e degeneração da cidade, as florestas regozijam-me mais ainda.

terça-feira, 16 de junho de 2009

A potência da arte

Por vezes, em uma sociedade técnica como a atual, menospreza-se a arte e a cultura como ofícios de ordem inferior, ou mais claramente, acha-se que a arte é qualquer coisa dispensável... e que a arte é apenas um passa-tempo, entretenimento, como eles chamam atualmente... Pobres diabos, são ineptos o suficiente para não observarem o ambiente em torno de si, e como ele é moldado pela arte.



Finlandia, Op. 26 é um poema sinfônico composto por Jean Sibelius, e usado como forma de protesto camuflado contra a ocupação russa na época do Grão Ducado da Finlândia.

Hinos como esse inflamavam os corações dos jovens, e o grito por liberdade ecoava nos salões.

O suporte ideológico da maioria das idéias se dá exatamente através das artes, sob uma ótica artística nada parece abominável, até mesmo o "feio" é glorificado.

Maio de 68, mais uma vitória... artística? A verdade é que, o que os revolucionários de 68 sonharam(culturalmente falando) está acontecendo ou já aconteceu ponto por ponto nos dias de hoje. Isso poderia ter sido feito sem a ajuda dos artistas? Jamais.

A verdade é que antigamente e principalmente nos dias de hoje, e mais ainda no futuro, quem trouxer as artes, as belas artes, para si e para os seus, estará um passo a frente na conquista do poder.

Eis o porque os direitistas,conservadores, esquerdistas e centristas são tão insossos para a juventude, carecem de justificativas artísticas.

São posições que já recendem o mofo da velhice, e a juventude não se identifica com isso.

O próximo imperador, ditador ou conquistador terá de explicar-se culturalmente a juventude, talvez ela o aceite se ele for brilhante nisso, mas contemplando o mundo retrospectivamente, é possível contar nos dedos tais homens de potência, portanto é mais provável que a juventude rejeite qualquer governante(que não seja um mentiroso ignóbil) que se preste a comandar, nas décadas vindouras.

A natureza das decisões

As decisões são capazes de alterar e deturpar consideravelmente o espírito de um individuo, principalmente se relacionadas ao mundo material, mais ainda se elas afetam o cotidiano, nossa relação com o ambiente também é parte importante para a auto-compreensão nenhum homem é somente espíritual assim como nenhum é puramente materialista.

Quando uma decisão equivocada afeta diretamente o ambiente cotidiano, isso reverbera no espírito tão violentamente, à ponto de, aos poucos levar ao desequilíbrio mental, é necessário culhões para tomar uma decisão importante, é necessário mais ainda para reconhecer-se errado.

Pensar estrategicamente e agir de acordo com sua lógica e natureza inatas, é com efeito, o que resulta em melhores realidades.

Persistir no erro quando já apercebe-se dele, apenas por valentia e convicção, é o caminho para a ruína completa.(Na guerra é sempre vantajoso, fazer o inimigo pensar que você age assim, quando na verdade você age por lógicas que ele desconhece e que serão no futuro sua completa ruína.)

A coragem só tem valia quando acompanhada por lógica e estratégia meticulosa, esse é o caminho da vitória.

A coragem pela coragem é a senda mais curta para a auto-destruição, é deveras um método de suicídio, bastante belo, mas ainda assim, suicídio.

Tudo resume-se no adágio: é melhor ser julgado por doze, que carregado por seis.