quinta-feira, 15 de outubro de 2015

Esteja em ambientes saudáveis

O Dalai Lama dissera em seu livro palavras de sabedoria; "Esteja com pessoas de condição inferior a você e decairá, esteja com pessoas de condição igual a tua e permanecerá o mesmo, esteja com pessoas superiores e ascenderá". Naturalmente essa classificação que ele faz das pessoas não se refere a condição econômica e sim espiritual. É uma verdade indelével outrossim.

Eu creio que as tendências genéticas determinam de modo inexorável o comportamento da maioria das pessoas, no entanto, reconheço as influências benéficas ou não, da criação a que foi submetido um indivíduo, vou ainda além, e digo que como nós seres humanos somos animais sociais, geralmente se um indivíduo de cultura diferente, for imiscuído sozinho em outro grupo ele acabará por adotar a cultura do grupo ou no mínimo sincretizar a sua cultura com a do grupo. Note-se, eu disse um indivíduo isolado e não indivíduos, pois tudo isso é o contrário se imiscuirmos grupos dentro de grupos, se no caso for um grupo pequeno dentro de um grupo grande raramente ocorre assimilação, ao invés, ocorre hostilidade, com cada grupo lutando pelo poder, isso a história já provou e continua a provar. A assimilação entre grupos somente ocorre se os grupos tiverem culturas parecidas.

Quem vive hoje no monturo da sociedade moderna, deve aprender a selecionar os ambientes que frequenta se não quiser ter sua cultura deturpada, afinal geralmente nós somos sós, especialmente num país como o Brasil, estando em ambientes degenerados você somente conhecerá pessoas iníquas, terá oportunidades infames, e estando envolto nessa cultura ignóbil, logo verá a estrutura de seus pensamentos afetada por toda essa sujeira. Drogas, promiscuidade, ignorância, ateísmo, corrupção, materialismo, são tudo que esses plebeus tem para oferecer, seu dever é declinar esses presentes hediondos.

Estar com pessoas que estimulem nossa inteligência e virtude, esse é um aspecto da verdadeira amizade, pessoas assim são raras, e por vezes somente as encontramos entre os mortos, nos livros. Não obstante isso, minhas recomendações gerais são de se manter a socialização, procure eventos que afastem os degenerados, por exemplo os de manhã, como corridas de rua, passeios ciclísticos, festivais tradicionais, feiras estudantis e de livros, festas de igreja, eventos familiares em geral.

Se você tiver de sair a noite, evite lugares que tocam, funk, sertanejo, rap, reggae, etc...

De todo modo não é bom sair a noite qualquer que seja o tipo de lugar, não é uma diversão saudável, a probabilidade de encontrar degenerados é alta.

É difícil manter a alma limpa se não se vive em um local limpo.

terça-feira, 13 de outubro de 2015

Que minhas palavras não sejam dissolutas

Por vezes esquecemos do poder das palavras, dos sons que pronunciamos, somos levianos em relação ao que dizemos, ou falamos mas não queremos dizer nada, entabulamos conversas inúteis e vis com gente a quem não deveríamos dirigir a palavra. Nossa conversa torna-se corrupta, nosso pensamentos em consequência tornam-se nebulosos.

Principalmente quando rodeado de pessoas vulgares, o homem honesto deve manter um silêncio estóico até o momento em que possa deixar o iníquo grupo. Falar de alguém sem que a pessoa esteja presente é uma atitude desonrosa, a não ser que seja para elogiar tal pessoa. Contudo, conversar sobre pessoas em si já é de mau gosto, pessoas, a não ser que sejam ilustres, jamais deve ser tema da conversa de um homem de bem.

As palavras tem consequências internas, em nossa mente elas reforçam símbolos e arquétipos, e reforçam associações de pensamentos, que influem em nosso comportamento, quando sucumbimos ao modo de falar do vulgo, sucumbimos outrossim a sua estrutura psíquica, dissolvemos nossa identidade nesse arquétipo hediondo de vulgaridade e vício.

Devemos fazer o possível para que nossas palavras sejam puras, honestas e belas. As palavras são parte de você, são a vocalização de sua essência interior, a beleza e a virtude devem envolver teus pensamentos e consequentemente as tuas palavras. É um modo de escapar ao caos e devassidão do vulgo.

O silêncio é a nobreza, é o nectar mais puro para a mente, quando as palavras são abundantes, mesmo as virtuosas, elas podem causar confusão em seu coração e desviar o homem de suas diretivas primordiais. O homem deve passar a maior parte de seu dia em silêncio, absorto em seus pensamentos, encarnando-os em suas ações cotidianas, muitas palavras podem ser um empecilho, e podem desviar o homem de seus pensamentos corretos.

Deixe que a ação seja a sua eloquência, no fim de tudo o que valida o homem são suas ações e não palavras.

segunda-feira, 12 de outubro de 2015

A verdade não teme escrutínio

O calor da batalha é o juiz mais imparcial e justo. Nós devemos nos pôr a teste, verificar nosso poder constantemente, nosso corpo enquanto tivemos vigor, e nosso espírito sempre. Muitos usam a desculpa da idade para abster-se do tumulto e caos do combate eterno, deveras, nosso corpo decairá, mas nosso espírito, a despeito da decadência corporal que acompanha a idade, pode permanecer acerado e duro se assim nos dispusermos.

A essência do cultivo do espírito necessariamente vai pela disciplina, moral e virtude. Não há como manter um espírito forte e puro se não praticarmos nesses três fulcros, quando indulgimos na degeneração moderna, nossos corpos parecem ser afetados, mas de fato, nosso espírito é o que se afeta mais profundamente, isso é com efeito muito sério, afinal um corpo corrompido pode se regenerar com relativa facilidade contanto que exista vontade para isso, ao contrário é, todavia, o espírito corrompido, esse, com muitos esforços pode ter uma perspectiva de regeneração.

Musashi dissera em seu livro dos cinco anéis que quando o espírito estiver relaxado o corpo deve manter-se tenso, o corpo tenso, o espírito relaxado. Isso é muito adequado, o conforto e segurança da vida moderna permite-nos relaxar nosso espírito à níveis perigosos, onde ficamos suscetíveis a todo tipo de corrupção, que sorrateiramente nos é instilada pela mídia, noticiários e cultura em geral, também, eu diria, quando somos forçados a conviver com gente de mentalidade plebeia, como no trabalho ou faculdade por exemplo. Assim nós nos esquecemos do combate eterno, nos acomodamos, nos tornamos fracos e corruptos.

A adversidade nos torna afiados, quando sabemos que teremos de usar nossos corpos numa batalha inexorável e fatal contra hordas inimigas, quando sabemos que esse é nosso destino, o curso de ação em face disso é nos tornarmos saudáveis, hábeis, fortes e vigorosos, tornar nossos corpos uma reflexão de nosso espírito.

Quando sabemos que nossa inteligência será usada para guiar aqueles que amamos na escuridão da tirania vindoura, aproveitamos cada momento para estudar, pesquisar, inquirir e consumir toda sabedoria disponível através dos livros.

Lance-se as flamas, elas te julgarão nobre ou ignóbil.

domingo, 11 de outubro de 2015

Picos físicos e mentais

Eu consideraria dever de todo homem e mulher, chegar a seus respectivos picos físicos e mentais, atingir o máximo de sua capacidade. O primeiro passo para isso é abandonar todos os hábitos que enfraquecem o corpo e a mente, isso é difícil, pois envolve abster-se de prazeres que a massa tem em alta estima, e por esse mesmo motivo são vulgares.

O conforto enfraquece, isso nossos ancestrais aperceberam-se cedo. A luta deve preceder a libação, disso os modernos fazem questão de esquecer. Mas nós não devemos, devemos assertar essa verdade natural. Devemos receber com júbilo essa dor, agonia, e escuridão, incorporá-las em nosso peito, essas trevas nas quais devemos nos imergir, e por vezes ter nossos corpos estraçalhados pelas feras que nela habitam, e termos consciência que saiamos dessas trevas talvez aleijados ou nem mesmo saiamos, muitos são os que perdem suas almas no negror desse abismo.

A dureza dessa luta eterna, desse combate que levamos, que trouxemos sobre nós, é algo que devemos perfazer de modo ritual, em nossas vidas cotidianas, abandonando a fraqueza e o prazer vulgar, as tonterias modernas. Nós devemos lançar nossos olhos à eternidade. Para além da mesquinharia dessa vida terrena.

Como nossos ancestrais, contemplar a vastidão de nossa civilização através dos milênios e a influência dos homens direitos nesse fluxo de eras. Acreditem-me toda pequenez do egoísmo e vício que, se tivermos em conta apenas imediatismo de nossas vidas pensamos importar, desvanecem quando nos elevamos a visão das montanhas, onde as vidas humanas egoístas são como baforadas de ventos quentes e úmidos que só causam uma sensação ruim a quem está presente a seu alcance. Por vezes porém, homens que lançam seus olhos à eternidade, ascendem dessa massa ignóbil, como as cortantes ventanias de Bóreas, e trazem consigo a tempestade redentora que outorga de novo dignidade e virtude a humanidade.

Nós devemos ser essa chuva. Nós devemos ter a visão dos cumes da auto-conquista. Do incubo de disciplina que aprisiona nossa fraqueza e degeneração, nós nos elevamos as montanhas que é onde nossos corações nos impelem com cada vez mais ardor.

sábado, 26 de setembro de 2015

O poder da personalidade na guerra III

Um fardo muito mais pesado do que aquele da mais violenta batalha ofensiva, porém, tem de ser carregado pelo chefe quando a batalha toma uma forma desfavorável. Simplesmente trágico é seu destino quando não mais consegue despertar o entusiasmo e a esperança em todos os outros através do fogo que arde em seu coração e da força e da força da sua determinação; quando não mais consegue manter sua ascendência sobre as massas e permanecer seu senhor.

O primeiro ataque prussiano contra o flanco direito do exército francês em Waterloo foi temporariamente refreado às 19 horas e Napoleão enviou sua última reserva, dez batalhões de guarda, para um ataque decisivo ao flanco esquerdo de Wellington. Quando sua última tentativa de mudar a sorte do dia fracassou, quando estas seletas tropas que ostentavam a tradição de invencibilidade recuaram, o imperador finalmente bradou: "C'est fini." Esta expressão mostrava que havia chegado o momento em que "o peso da massa o arrastara para o mesmo nível em que esta se encontrava, para as profundezas de uma mera natureza animal, que recua ao medo e não sabe o que é vergonha". ~ Hugo von Freytag-Loringhoven, O poder da personalidade na guerra, capítulo 7.


"Por mais selvagem que seja a natureza da guerra, ela encontra-se dentro da esfera da fraqueza humana" ~ Carl Von Clausewitz, Da guerra, Volume III, Capítulo 16

"Riquezas, bens materiais e números não são as únicas coisas que contam; existem outros elementos não físicos que podem trazer a vitória, a educação do povo; ordem e subordinação, que dão forma à massa; disciplina, que a torna utilizável e que, mesmo no infortúnio, faz com que tenha confiança em si mesma; o incentivo de vidas ilustres, que fortalece o espírito; determinação que controla tudo; e poder intelectual, que nos orienta em direção ao objetivo desejado." ~ Droysen, Frederico, O grande

"Quando Gneisenau estudou os homens para ver se o seu espírito poderia ser 'elevado', pareceu-lhe que o espírito de Frederico havia atingido o zênite de sua influência. Frederico era possuidor de uma determinação inesgotável segundo a qual agia, e, conforme foi dito por Fichte, é esta determinação e não a força das armas que alcança a vitórias. Era esta força mental que apoiava Frederico em suas mais profundas desventuras, que o fazia elevar-se mais alto do que nunca ante a adversidade e que o tornava merecedor do título de "O Grande". A história das desventuras de Frederico ilustram uma descrição poética do destino como aquela que enaltece um homem que embora o subjugue." ~ Koser, Frederico, O grande

"É preciso acreditar firmemente no valor de princípios bem testados e lembrar-se de que  impressões momentâneas, embora fortes, são duvidosas. Nossa crença nestes princípios e nossa desconfiança entranhada nas sensações transitórias nos ajudarão a nos manter firmes nas decisões basicamente corretas quando nos sentirmos tentados a duvidar delas, e nossas ações assumirão aquela firmeza e consistência a que chamamos de caráter" ~ Carl Von Clausewitz, Da guerra, Volume I, Capítulo 3

"A expressão 'força de caráter', ou simplesmente 'caráter', significa uma adesão firme às nossas convicções, quer estas convicções sejam o resultado do nosso próprio pensamento ou de outrem, quer sejam classificadas como princípios, opiniões ou aspirações do momento. A expressão aplica-se, apenas, àqueles que mantêm-se firmes às suas convicções. Aquele que continuamente muda de opinião não possui caráter." ~ Carl Von Clausewitz, Da guerra, Volume I, Capítulo 3

"Aquele que compreende a natureza de uma decisão em questões práticas, especialmente na guerra, onde esta deve tomada sob o peso de uma grande responsabilidade e em meio a milhares de incertezas e contradições, chegará à conclusão de que as decisões não podem ser tomadas sem que haja muitas dúvidas, e aquilo que pode parecer um problema muito simples, muitas vezes não pode ser resolvido sem que haja uma grande determinação. A elaboração de planos para operações militares é, portanto, a parte mais fácil de um planejamento, embora para que este tenha êxito, ele necessita, obviamente, de ser sólido." ~ Carl Von Clausewitz, A Campanha de 1799 na Itália e Suíça.

O significado da honra para um soldado

A significação moral da guerra manifesta-se em tudo que aparece em conexão com ela, e não nela. Onde quer que surja um conflito na vida humana, relacionado a qualquer coisa melhor do que ganância ou crueldade cegas, de ambos os lados, onde quer que haja até mesmo o mais tênue brilho daquilo que os homens chamam de dever, encontraremos sempre aquele sentimento misterioso e exaltado chamado honra, cuja penetrante suavidade não é suscetível de comparação, uma vez que, confrontado com ela, o valor da própria vida tem o peso de uma pena. O sentimento de honra pessoal, de auto-respeito, que eleva o homem acima da condição da vida comum, não é nada mais do que uma concentração de nobreza no indivíduo. Para o soldado, ele surge como uma crença sagrada e uma prerrogativa especial. O soldado zela cuidadosamente por sua honra, pois, para ele, esta é a única coisa que o coloca acima da sua caricatura, o gladiador.

Os pacifistas procuram rebaixar o soldado ao plano de sua caricatura, pois não possuem nenhuma idéia da verdadeira natureza humana. Não possuem nenhum discernimento acerca da grandeza do sacrifício e do sofrimento exigidos pela guerra. Eles também não compreendem que existem homens que conseguem ver a morte gloriosa como a grande realização de suas vidas.

O significado moral da guerra

Consciente ou inconscientemente, esta má compreensão do significado moral da guerra revela uma incapacidade de compreender o caráter humano; ela advém de uma filosofia de vida puramente materialista. A base real da doutrina da paz eterna não é nada mais do que egoísmo e amor ao conforto disfarçados sob um vago idealismo. Essa tendência ignora totalmente o fato de que pode-se encontrar um idealismo muito mais sadio aceitando-se a vida como ela é.

A história nos ensina que as nações que não se encontram prontas a defender sua honra, com armas, invariavelmente entram em declínio. É oportuno, portanto, sempre que a sociedade volta-se para uma luxúria descuidada, não refreada por quaisquer considerações morais, que surja no horizonte aquele tipo de ansiedade política, aquele restaurador do dever cívico, a guerra. A paz eterna seria um destino perverso, porquanto seria adquirida, unicamente, ao custo das mais nobres qualidades e dos mais altos fados do homem. 

A necessidade de se desenvolver e manter um espírito guerreiro

Devemos, portanto, estar cônscios do nosso dever no sentido de despertar e desenvolver estas qualidades nobres e de nos proteger contra a sentimentalidade doentia. "Se a guerra sangrenta é um espetáculo horrível, isto deve nos advertir para a colocarmos em um plano superior e não para, por um falso sentimentalismo, embotarmos nossas próprias espadas, pois pode surgir um inimigo cuja a espada ainda esteja afiada." As condições mundiais certamente não são como as atuais (1911) para encorajar-nos a pensar que conflitos armados entre nações são uma coisa do passado. Já pudemos ver em nosso próprio país (Alemanha) os efeitos das doutrinas enganosas do pacifismo, agora tão amplamente difundidas, e fomos cruelmente punidos por isto. As fracas teorias filantrópicas que controlavam as classes mais altas de nosso povo em 1806 foram em muito responsáveis pelos desastres ocorridos naquele ano. Muitos dessa geração haviam perdido totalmente a compreesão da realidade da guerra e do verdadeiro sentido da atividade militar, porém recordaram-se dos mesmos nos anos de dominação estrangeira.

Heinrich von Treitschke caracteriza extraordinariamente o desastre de 1806 quando diz que ainda hoje o sentimos, em meio à nossa gloriosa história militar (1911), "como um sofrimento pessoal". A partir disto, devemos nos prevenir contra as tendências que nos desviam dos verdadeiros objetivos de nossa profissão. Tais tendências manifestam-se de diversas formas. Algumas vezes, encontram-se ocultas em meio a nuvens de uma pseudofilosofia, enfraquecendo nossa noção do dever militar, destruindo nosso prazer pelo trabalho e até mesmo nos sugerindo que aquilo pelo que trabalhamos já está obsoleto.

Não há melhor proteção contra essas influências do que a vigorosa ética de Clausewitz. O seu trabalho é baseado na experiência de uma época que assistiu à súbita queda e à rápida e estarrecedora ascensão de nosso país. Em 1813, Clausewitz viu o serviço universal desenvolver-se a partir das necessidades da guerra. O nosso dever, hoje, é manter as valiosas qualidade militares que surgiram no nosso exército nacional naquela época e que,  três gerações depois, nos inspiraram em três guerras vitoriosas. É nosso dever treinar essa "nação em armas" para a guerra moderna. Portanto, devemos nos empenhar em desenvolver uma sinceridade de propósitos quanto a isso, apesar das tendências desagregadoras dos tempos. O estabelecimento de uma crença nacional na necessidade suprema de se obter a vitória na guerra deve ser o verdadeiro objetivo na nossa vida, pois esta convicção é a essência de um caráter militar.

Os métodos que adotamos para realizar o nosso grande objetivo irão diferir tal como os métodos pelos quais esta convicção é formada em diferentes pessoas. Homens como Scharnhorst, Gneisenau, Lee, Moltke, adquiriram a capacidade de inspirar um grande empenho e auto-sacrifício nos outros através de uma autodisciplina rigorosa e de uma forte fé religiosa. A pureza de caráter destes homens era tão evidente que eles pareciam ser a encarnação do líder ideal formulado por Clausewitz. A religião destes homens era o mais autêntico cristianismo, e a partir dele adquiriam aquela humildade que os tornava fortes contra todas as dificuldades.

Os chefes militares devem ser julgados pelos resultados

A familiaridade com o combate, muitas vezes, é causada por um certo fatalismo, o qual, para muitos soldados, torna-se um substituto para religião. A vida na guerra tende a fortalecer os homens, e mesmo durante o período de paz, o contexto no qual um soldado passa os seus primeiros anos de serviço determina em muito seu caráter. Portanto, dever-se-ia dar maiores concessões a esta circunstância do que normalmente se dá ao se julgar os militares. Julgar Blucher, que uma vez incorporou todo espírito militar do nosso povo, somente sob um ponto de vista filisteu e moralista seria um erro crasso. A vida rude do campo, que Blucher adorava, era repugnante para o seu chefe de estado-maior, Gneisenau. Ele, porém, compreendia o seu chefe, tolerava suas fraquezas secundárias e via, apenas, as suas grandes e heróicas qualidades. Assim como Gneisenau, devemos prestar honras às grandes virtudes militares, mesmo que, no homem, a grandeza não seja alcançada em todos os seus aspectos.

O ponto essencial é, e sempre será, que um homem deve entregar-se totalmente a uma grande causa, não deve procurar satisfazer sua vaidade, e nem tampouco tirar vantagens pessoais. Visto sob este prisma, o empenho em expressarmos a nossa própria personalidade não é um fim em si mesmo; é simplesmente um meio para nos preparar para aquilo que mede o valor de um homem na guerra, isto é, o que ele faz em ação. ~ Hugo von Freytag-Loringhoven, O poder da personalidade na guerra, capítulo 9

sexta-feira, 1 de maio de 2015

O poder da personalidade na guerra II

"...A atitude de Frederico com relação ao Estado explica a base moral de sua ambição. No caso de Napoleão, a França era um mero brinquedo para a realização dos seus planos de engrandecimento pessoal, os quais eram ilimitados. Com relação a Frederico, entretanto, na época da Segunda Guerra Silesiana, ele pensava apenas em manter o que havia conquistado, e na Guerra dos Sete Anos, sacou a espada com relutância e somente com o intuito de prevenir um ataque inimigo. Sua louvável ambição, onde o Estado vinha sempre em primeiro lugar, foi a base daquela ação incomparavelmente arrojada, a qual já observamos. Suas próprias palavras, "Viver, pensar e morrer como um rei", nos fornecem a chave para toda sua vida; e foi somente essa determinação que tornou-lhe possível progredir frente a toda Europa, com a total determinação de não sobreviver a um desastre. Com relação a isto, ele contrasta acentuadamente com Napoleão, que não apenas sobreviveu ao colapso de seu poder, mas que, após ver a morte de perto em tantas batalhas, revelou-se um mero aventureiro procurando desprezivelmente salvar a própria vida após sua primeira queda." ~ Hugo von Freytag-Loringhoven, O poder da personalidade na guerra, capítulo 6.

"Uma mente forte não é apenas aquela capaz de ser exercida com vigor. É aquela que em meio ao mais vigoroso dos exercícios consegue manter um equilíbrio de modo que, a despeito do tumulto interno, o poder de decisão e de discernimento mantém-se tão firme quanto a agulha de uma bússola, que, apesar da agitação do navio, mantém a sua precisão." ~ Carl von Clausewitz, Da guerra, volume I, capítulo 3.

"Não é necessária nenhuma grande exibição de força de vontade desde que as tropas lutem com entusiasmo. Quando, porém, as coisas começam a ficar difíceis, onde resultados excepcionais tem de ser obtidos, a força de combate perde as características de uma máquina bem lubrificada. Começa a surgir o desgaste, e é necessária uma grande determinação por parte do chefe para superá-lo. Este desgaste não é caracterizado por uma desobediência e resistência verdadeiras, embora estas possam aparecer em certos indivíduos. Ele é, antes de tudo, o efeito coletivo do enfraquecimento da força física e moral, da dolorosa visão do sacrifício de vidas que o chefe deve combater em si mesmo, e, depois, em todos os outros que, de forma mediata ou imediata, passam-lhe todos os seus sentimentos, cuidados e esforços. Quando a força dos indivíduos começa a fraquejar e não mais pode ser estimulada segundo a vontade dos mesmos, a inércia conjunta resultante cai de forma mais e mais pesada sobre os ombros do chefe. Com o fogo que arde em seu coração e a força da sua própria determinação, ele deve despertar novamente o entusiasmo e a esperança em todos os outros. Fazendo isso, ele mantém suas ascendências sobre as massas e permanece seu senhor.

Porém, quando sua coragem deixa de ser forte o bastante para afirmar a coragem dos outros, aí então o peso da massa o arrasta para o mesmo nível em que esta se encontra, para as profundezas de uma mera natureza animal, que recua ao medo e não sabe o que é vergonha. Estes são os fardos que a coragem e a força de vontade do chefe tem de carregar durante a ação, caso ele deseje realizar algo de valor. Uma vez que estes fardos aumentam segundo o escalão de comando, uma elevação correspondente de resistência deve acompanhar cada aumento de posto do chefe." ~ Carl von Clausewitz, Da guerra, volume I, capítulo 3.

quarta-feira, 22 de abril de 2015

O poder da personalidade na guerra I

"Um exército fortalecido pelo hábito da moderação e do esforço físico, como são os músculos de um atleta; um exército que considera os sofrimentos como um meio de alcançar a vitória, e não como um castigo colocado sobre sua bandeira; um exército no qual todas as virtudes e deveres estão encarnadas em um único objetivo, a honra de suas armas; este é o exército que realmente possui um verdadeiro espírito militar." ~ Carl von Clausewitz, Da guerra, volume III, capítulo 5.

"Para soldados treinados, a batalha em Katzbach pode não ter sido uma derrota. Na pior das hipóteses, teria sido um revés, facilmente reparável. Porém com simples rapazes, soldados da noite para o dia, foi o princípio de um desastre. Por outro lado, jamais se encontrará um melhor exemplo do valor da energia física e moral e da necessidade de uma real resistência física para suportar a pressão do tempo, da fome, a sede e de todos os outros sofrimentos da guerra; em uma palavra da necessidade por aquele estoicismo que surge, não de repente, mas gradualmente através do treinamento militar, o qual, no fim de tudo, é simplesmente o espírito entranhado de honra e do dever." ~ Camille Rousset, Batalha do Rio Katzbach, 1813.

"Chuquet afirma corretamente que Leon Gambetta, com seus soldados improvisados, procurou repetir os legendários milagres de 1792-93, mas esqueceu-se que os revolucionários voluntários haviam trazido, através de sua falta de disciplina e coragem, apenas desgraças para seu país. Durante a revolução, a República Francesa foi salva, não pela devoção e habilidade de suas novas tropas, mas pela falta de unidade na Aliança. Em 1793, os alemães estavam fracos e indecisos e estavam relativamente distantes; em 1870, eles encontravam-se fortes e unidos, e estavam atuando não no Sauer e no Scheldt, mas no coração da França, no Sena e no Loire." ~ Hugo von Freytag-Loringhoven, O poder da personalidade na guerra, capítulo 2.

"O esforço físico deve ser empreendido não tanto para treinar o corpo, mas a mente. Na guerra, o recruta, geralmente, considera que qualquer exigência física fora do comum requerida dele é a consequência de algum erro crasso cometido pelo comandante, deixando-se influenciar por este modo de pensar. Isso não acontecerá se ele tiver sido adequadamente preparado para atendê-las durante a instrução em tempos de paz." ~ Carl von Clausewitz, Da Guerra, Volume I, capítulo 8.

"Com estas qualidades e guiado simplesmente por um correto bom senso, o homem se torna um instrumento de guerra eficaz. Estas qualidades são inerentes aos povos selvagens e semicivilizados, mas nas nações civilizadas, elas devem ser desenvolvidas pela instrução militar." ~ Carl von Clausewitz, Da Guerra, Volume I, capítulo 3.

"A guerra é o domínio do esforço físico e do sofrimento. Para um homem não ser dominado por estes aspectos, ele precisa possuir uma certa força física e mental, inata ou adquirida, que o torna indiferente a eles." ~ Carl von Clausewitz, Da Guerra, Volume I, capítulo 3.

"Na nossa época, não parece haver meios de incutir este espírito(coragem) em um povo, a não ser através da guerra e de uma liderança ousada. Somente isto pode contrapor-se àquele comodismo, àquele desejo por conforto e prazer, que pode arruinar um povo." ~ Carl von Clausewitz
"A audácia na guerra tem suas prerrogativas. Quando as estimativas de espaço, tempo e poder de combate estiverem concluídas, um certo acréscimo deve sempre ser feito em razão da vulnerabilidade do inimigo. Isto pode ser rapidamente rapidamente demonstrado de modo filosófico. Sendo os outros fatores iguais, sempre que a audácia encontra o medo, ela deve prevalecer, pois o medo sempre é prejudicado por uma perda de equilíbrio. Somente quando a audácia se depara com a prudência calculada, tão ousada, e, pelo menos, tão forte e poderosa como ela própria, ela tornar-se-á inferior. Tais casos são raros. Entre os prudentes, haverá sempre muitos que o são por pura timidez." ~ Carl von Clausewitz
"Longos anos de guerra criaram em Ney uma infalível serenidade que o tornava capaz de dizer a um soldado ferido que pedia por ajuda durante a retirada da Rússia em 1812, "Como posso ajudá-lo? Você faz parte dos destroços de guerra". Nessas palavras, ditas tão calmamente, não havia crueldade, havia apenas a expressão de uma antiga verdade - o soldado na guerra está destinado a destruição; uma verdade quase esquecida na nossa era de amor à paz." ~ Hugo von Freytag-Loringhoven

"Homens comuns, que se submetem à persuasão externa, de um modo geral permanecem continuamente indecisos. Para eles todas as situações são diferentes do que as que imaginavam. Neste estado mental, rendem-se posteriormente a persuasão externa e tornam-se ainda mais incertos e instáveis, até mesmo uma pessoa forte e decidida que tenha baseado suas decisões em informações de primeira mão irá, frequentemente, tomar decisões erradas. Ela não deve, porém, permitir que estes erros abalem sua autoconfiança inata e a tentem a mudar suas decisões bem tomadas para apagar uma impressão efêmera." ~ Carl von Clausewitz, Da Guerra, Volume I, capítulo 6.

"Sem dúvida alguma, nossas táticas devem mudar com as inovações dos campos de batalha. Disse Napoleão: "As táticas devem mudar a cada dez anos para se manter até mesmo uma imagem de superioridade." Entretanto, por mais que mudem as táticas, elas não reduzirão a necessidade por generais habilidosos que ajam de forma audaz dispondo apenas de informações superficiais. Sempre precisaremos, por exemplo, de homens como Constantine Von Alvensleben; o que teria acontecido em Thionville caso o general Von Alvensleben tivesse esperado até que estivesse absolutamente seguro da situação e tivesse, por assim dizer, contado o inimigo homem por homem? Os problemas na guerra jamais podem ser resolvidos como aqueles de aritmética e devemos sempre estar prontos para agir de forma apropriada apesar das incertezas. Não devemos também procurar reduzir as táticas a meras fórmulas técnicas e matemáticas. Isto elas jamais poderão se tornar, e é justamente por esse motivo que a nossa profissão é tão fascinante. A guerra sempre exigiu, e irá sempre exigir, o melhor raciocínio e o mais completo desenvolvimento da personalidade do qual uma pessoa seja capaz. Isto, obviamente, é diretamente contrário ao espírito sectário nivelador e negativo que contamina atualmente a vida moderna e que abomina, acima de todas as coisas, um espírito militar forte e independente." ~ Hugo von Freytag-Loringhoven, A guerra é o domínio da incerteza, capítulo 4.

terça-feira, 21 de abril de 2015

Poemas de Charr


"Oh Rosa Azul de Illium, deixe tuas raízes penetrarem fundo no solo quente de Tuchanka. Deixe que nosso sol crepitante e chuvas caudalosas transformem tua delicadeza em força. Pois, para que nosso amor sobreviva, ele deve ter espinhos que trespassem a mão de qualquer um que deseje desenraizá-lo."

"Rosa azul de Illium, tu floresceste numa torre de vidro e plástico. Mas beleza sob o vidro é fraca e não testada. Onde estão os teus mortos veneráveis, para fertilizar o solo no qual crescerás forte? Nas planícies rochosas de Tuchanka, eu vou construir-te um jardim com os ossos dos meus ancestrais."

"Rosa Azul de Illium, abandone a eternidade e engalfinhe-se na gloriosa porfia que somos nós, aqui e agora! Quedo-me sem palavras, não por fúria sanguinária, mas por amor, e permaneço aqui, humilde e silente, para oferecer-te uma casa. Venha para mim, Rosa Azul de Illium. Deixe nossos três corações, bater como dois." ~ (Krogans tem dois corações)

"Oh Rosa Azul de Illium, se essas humildes palavras chegarem a você, então eu terei me reunido com meus ancestrais.

Meu sonho era estar ao seu lado, uma erva daninha próxima a sua beleza, se entrelaçando juntas no calor do sol de Tuchanka.

Mas se os meus últimos dias devem ser com o Krannt ao invés da sua benevolência, ainda assim, eu me lembrarei do aroma do teu perfume e do suave toque de suas pétalas.

Que meus ossos estilhaçados sejam uma muralha ao redor do seu jardim, para que você e a flor que plantamos juntos possam crescer fortes e seguras." ~ Charr

sábado, 14 de fevereiro de 2015

O Sozinho

Ser um lobo solitário é um comportamento aberrante, não natural e típico das eras de decadência, onde a identidade völkisch é apagada por uma identidade de massa de consumo. O comportamento solitário não é natural do ser humano, aqueles que dizem que gostam de estar sozinhos simplesmente querem dizer com isso que o ambiente ao seu redor é desagradável, o que é compreensivo.

O ser humano viveu em tribos durante 100.000 anos, o mundo moderno existe a 200 anos, e a era da informação há 25 anos, nós temos mais traços do homem das cavernas do que de um homem moderno, nós somos moralmente degenerados é certo, mas nossa anatomia e nossos impulsos são sem dúvidas os mesmos dos homens que viviam nas florestas, portanto saudáveis.

Apenas quando nós distorcemos nossos instintos, e corrompemos nossos impulsos é que nos tornamos homens modernos, homens doentes, homens da cidade grande. Tudo que é natural na cidade grande é corrompido e preenchido de maneira inadequada, em vez de reprodução existe promiscuidade, em vez de combate aberto e honra, existe agressividade passiva, intrigas e falsidades, em vez do estímulo constante da mente através de várias atividades físicas e intelectuais, existe o entretenimento vazio, a distração constante. Porque não se enganem meus caros, o homem das cavernas necessitava usar seu cérebro provavelmente mais do que 90% da população atual hoje o usa.

Não digredindo porém, reafirmo, o ser humano é um animal de bando, de clã, de estirpe, o ápice do comportamento social no reino animal se consubstancia no homo sapiens, o homem não é o todo, ele faz parte do todo, e ele é feliz sendo parte, está em sua natureza, o individualismo não faz parte da natureza humana, se o faz é muito pouco e se limita aos gênios, gente como Goethe, Gauss, Newton, Tesla, Heisenberg, Von Braun. E mesmo nesses o individualismo é limitado.

A não socialização, ou melhor, a falta de laços de irmandade é fraqueza, o poder está no clã, na estirpe, na identidade, nos seus irmãos, na sua família, na sua tribo.

A solidão todavia, nessa era de degeneração e corrupção, pode até ser vista com um pouco de afeição, afinal é compreensível querer abster-se da Babilônia.