domingo, 11 de outubro de 2020

A dor silenciosa da alienação, e da solitude eterna

A dor silenciosa da alienação, e da solitude eterna, pestilência do homem soçobrado nas ruínas do mundo moderno, cá estamos amigos, na hora mais franca, onde olhamos com sinceridade o abismo que existe dentro de nós mesmo, com sua feiura e hediondez, não devemos fechar os olhos, nem desviar o olhar. 

Lá eles estão, todos os pensamentos e sentimentos mesquinhos, torpes, pusilânimes e iníquos. Todos os traumas, compulsões e medos. Não os renegamos, eles estão lá, reconhecemos, nem mesmo os suprimimos como pensamentos. Caminhamos a despeito de tais pensamentos e sentimentos, reconhecemos a fragilidade humana, Mas isso não nos detêm, porque não é o nosso verdadeiro Eu.

Todo homem, quando ciente de sua própria essência, sabe o que fazer para torná-la mais forte, qual senda trilhar e sofrimentos sofrer. Quando seu Eu é ofuscado, por toda sorte de impulsos animais, corrompido por uma sequência infinita de estímulos através de mídias, o homem angustiado busca conforto na saciedade da lascívia, gula, acídia, que são convenientemente apresentados a ele pelo sistema como o bem supremo, o perpétuo conforto, entretido até a morte.

Mas o homem que vive assim jamais encontra saciedade ou plenitude, pois não é da natureza do vício outorgar plenitude ao viciado, o vício é como o chantagista que uma vez que tu o pagaste, ele te deixará em paz durante um tempo, mas ele sempre retorna exigindo mais. E toma, para além de sua saúde, finanças e reputação, o tempo, o bem mais precioso do homem.

A juventude desperdiçada. É a maior tragédia que pode assolar um homem. E assim assola o homem que não conhece a si mesmo. Ou que nem ao menos tenta conhecer-se, não busca qualquer introspecção, que não mergulha profundamente em si, no seu espírito, mente, essência, e volta com a luz mais pura perante os olhos, uma luz que não se extingue e o acalenta pelos períodos mais conturbados de sua vida. Ele traz essa luz divina do seu verdadeiro Eu ao mundo material. Tinge o mundo com sua cor verdadeira, quintessencial, a contribuição de seu espírito para a beleza do mundo.

Quando tem a essência de seu espírito em perspectiva, o homem torna-se consciente de seus pensamentos ruins, não os reprime, apenas deixa-os minguar como sintomas de uma doença que começa a ser curada, como a planta que outrora privada da luz solar, agora banhada em seus cálidos raios, recupera seu verdor. Assim é o homem fiel a sua verdadeira natureza, o espírito que é a centelha divina.

Nenhum comentário:

Postar um comentário