sexta-feira, 3 de abril de 2020

Lute para vencer

A vitória reforça a si mesma. A vitória, pelo menos uma, desanuvia o caminho do sucesso, dissipa a incerteza, traz a confiança do caminho certo e dos sacrifícios necessários para atingi-lo.

A mente torna-se una, focada no objetivo, e as duvidas já não tem azo na mente do homem que experimentou a vitória e sabe o que é necessário para obtê-la.

Não seja um NPC. Exaura sua individualidade, vá até o limite das tuas potencialidades. Não se contente com a mediocridade ou ser "normal". Queime a chama de seu espírito nos seus sonhos e atos. Seja fiel a ti mesmo.

Nos jogos de computador ou console, NPCs(Non Playable Characters/Personagens não jogáveis) são os personagens que estão no jogo apenas como parte da ambientação, são intercambiáveis, não há nada de especial neles, eles são a média de um determinado mundo, a morte ou vida deles nada significa senão como parte do roteiro de um sistema.

Outro dia eu estava a comentar com um colega de trabalho, sobre como eu estava sendo indolente com meus estudos depois do expediente, então ele interveio:

— Mas que dizes meu caro? Mais certo é que um trabalhador como ti, após a estafa diária, indulgencie-se nos refestelos que mereces, seja nos ígneos reflexos do vinho ou nas leves trivialidades do entretenimento que nos faz esquecer o pesadume de uma rotina ordinária.

Nessas palavras eu vira um convite à mediocridade, como se por eu ser trabalhador e me alquebrasse na lida diária, isso escusasse minha indisciplina com meus estudos, e com aquilo que eu amo, meu espírito, meu verdadeiro eu, e justificasse minha embriaguez com as distrações do mundo, com as "diversões" nada construtivas, que se destinam na nos distrair de quem realmente somos, a nos distrair de nossas vidas.

Eu dissera então, ironicamente:

— Por justo confrade, tendes razão, afinal que bem fazem ao operário estafado, os doutos tomos e meditação nos vetustos valores já desvanecidos? Folgar-me-ei com vinho, teatro e donzelas, sempre que puder.

Disse isso por não querer justificar a ele as razões ulteriores de eu não me corromper com a diversão espúria moderna, mas a fala dele, indiretamente, como em um dialogo socrático, fizera-me ver o erro dos meus caminhos e como ao negligenciar aquilo que nós amamos, seja por dificuldade ou cansaço, nós abdicamos quem nós somos para nos tornarmos pessoas sem alma, potencialidades que nunca serão plenas pois estão entretidas, entretidas até a morte. Domesticados pelo pérfido porém sedutor chamado do conforto, aquele que mata o espírito e os sonhos.

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