quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Nietzsche



Das fulgurantes chamas
Que inflamam a vida,
À vontade de poder clama
A palma da fraqueza já vencida!

Ressurgindo como aurora imprevista
Vai devastando o espírito,
Elevando-se acima da vista;
Apagando o que outrora foi escrito!

Apossando-se cada vez mais forte.
Dos esquálidos executando a sorte,
Pela violência extrema da natureza
Impondo-se por cruel nobreza.

Voando acima da mediocridade
Que se encerra no mundo moderno.
Destruindo com ferocidade,
A vileza do inimigo interno!

E ri-se diante do perigo!
E da morte é notável amigo!
Este vagalhão que à alma assalta,
Este titã que se exalta!

Vibrando violentos golpes
Ao destino pachorrento!
Da terra a frementes galopes
Afasta-se como o vento!

Rasgando o céu fulgurante!
Estilhaçando num instante!
Os matizes da hipocrisia
Que se mesclam em democracia.

A vontade que em mim ruge,
Do interno peito ressurge!
Que me toma de todo
E alça-me do lodo!

A vós águia destruidora!
Que da altura dos píncaros nevados,
Contemplou inferiores estados
Da mentira avassaladora!

E no ar rarefeito
Que sempre respiramos,
Em nosso caminho sempre estreito
Tudo nos parece humano, demasiado humano...


Tenaglia


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