sábado, 17 de julho de 2010

Parábola: Elefante branco de seis presas



Por Siddharta Gautama

Certa vez, a rainha de Videha, na Índia, sonhou com um elefante branco que tinha seis presas de marfim.

Como desejasse as presas, suplicou ao rei que as conseguisse para ela. Embora a tarefa parecesse impossível, o rei, que a amava muito, tudo fez para consegui-las, inclusive oferecendo recompensas a qualquer caçador que lhe pudesse dizer onde encontrar tal elefante.

Acontece que havia este elefante de seis presas, nas montanhas do Himalaia, e que estava se preparando para entrar no reino de Buda.

Esse elefante havia, certa vez, em uma emergência nessas montanhas, salvado a vida de um caçador que, assim, pôde retornar com segurança ao seu país.

Esse caçador, entretanto, cego pela grande recompensa e esquecendo-se da bondade do elefante, voltou às montanhas para matá-lo.

O caçador, sabendo que o elefante estava procurando alcançar o estado de um Buda, disfarçou-se com a roupa de um monge budista e, assim, apanhando o elefante desprevenido, atirou-lhe uma seta envenenada.

O elefante, sabendo que seu fim estava próximo e que o caçador tinha sido vencido pelo desejo mundano da recompensa, dele se compadeceu, abrigando-o entre seus membros, para protegê-lo da fúria de outros vingativos elefantes.

Então, o elefante perguntou-lhe por que havia cometido tal loucura. O caçador lhe respondeu que foi por causa da recompensa e porque desejava as suas seis presas.

Ato contínuo, o elefante quebrou as suas presas, batendo-as numa árvore e as ofereceu ao caçador, dizendo: "Com este presente, acabo de completar o meu treinamento para atingir o estado de um Buda e logo renascerei na Terra Pura.

Quando eu me tornar um Buda, ajudá-lo-ei a se livrar de suas três venenosas setas: a cobiça, o ódio e a estultícia."

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