quinta-feira, 2 de abril de 2009

Feminilidade




Esse texto me foi inspirado pelo Pai ainda no começo deste ano, e relato o colóquio que pratiquei com a alma feminina no seio da natureza e eis que resultou este pequeno e simples texto.


Ela me lança um olhar, com seus penetrantes frios olhos azuis e brada ferozmente comigo:

- Levanta-te daí desgraçado! Imerso em um pântano de lodo és tão pequeno, tão ínfimo perante minha alteza. Ó como podeis ter vós, pretensões em relação a mim, que petulância! Não será em vossa bonomia, que dês cabo a essa vossa vida miserável? Minha natureza é cega a esses vossos pedantismos, minha natureza somente respeita a força, a supremacia, a superioridade.

Então ela me lança um olhar de desdém infundido de uma parte de pena e diz:

- Eu sou reservada aos fortes, aos altivos aristocratas de mente superior, de imposição espiritual, de ostentação da alma, savoir-faire, donaire, garbo e galanteria...

Interrompe-se, seus ademanes são tão elegantes e naturais, ela me repreende com fúria porém eu consigo descobrir, ela quer me ajudar me colocar na direção certa ou talvez não, ai, sua natureza é tão confusa a mim, sou tolo, não entendo... E diz-me mais palavras duras e misteriosas:

- Levanta-te verme! Não seja uma vaga morta que singra sobre os mares. Desdenho-te porque tu o mereces, és pequeno e esmagado deve ser. Levanta-te desse mar negro em que imergido estás. Levanta-te para empunhar a orbe do poder e tomar-me em doce sentimento, e enquanto tu não atravessares as pontes do Pai supremo da superioridade, até lá a natureza não me permitirá, que minha pura mão toque esse ser sujo em que te perfaz a ti mesmo, a beleza deve ser beijada, mas somente pela supremacia! Mas vós...quem sois vós!?

Essas duras e claras palavras minh’amada feminilidade lançou-me, a partir de então não fiquei mais triste e amei-a ainda mais.

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