quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Amor é aristocrático



"Dante meets Beatrice at Ponte Santa Trinita" ~ Henry Holiday, 1883

O amor é aristocrático, não encontrá-lo-ás em qualquer esquina, e o fato dele estar na boca dessas almas vãs é um insulto mesmo a ordem divina que transmuta-se em ordem natural no nosso efêmero plano de existência.

O amor em nosso espírito nada mais é que o sopro celestial dos Deuses ciciando em nossas orelhas o comando marcial que seguimos docilmente, imperativos desse tirano que mormente nos arrasta em seus arroubos.

Arroubos que ribombam o troar magnífico de todas as potências ocultas ao homem. D'outro modo, como se inteligiriam esses clarões que por vezes fulguram nos atos dos homens, atos de heroísmo, superação, ou simples eterna resiliência. Que aproxima o homem dos Deuses.

O amor é aristocrático, grassa nos corações jovens, sua forma mais pura, o amor além da decadência de nossos corpos mortais, além da imortalidade, além da eternidade, para muito mais além da existência banal da maioria da humanidade vil... da fornicação vulgar dos torpes.

E como explicar essa magnificência espiritual que se denomina amor? Magia, divindade, providência, capricho da natureza, alguma combinação química efetuada em nossos cérebros pelo mero acaso? Que me importa já? Sua existência é indelével, inexpugnável da alma humana. Se é nobre, ama.

Dante Alighieri sentia em si o arrebatamento febril tão intenso, que isso lhe causava tristes pesadelos, mas belíssimos sonhos outrossim, tão virulento foi o assalto amoroso, que em extâse catártico, imortalizou o objeto de suas doces tenções, em duas obras magnas da literatura mundial.

A honra e o amor, entrelaçados, sempre juntos, inerentes perante a natureza, epítome erigida pelos Deuses, um culto a vida... Se tu soubesses o que inspiras em meu peito...

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