Sozinho no descampado,
Sozinho sem companheiro,
Sou como o cedro altaneiro
Pela tormenta açoitado.
Rugi, tufão desabrido!
Passai, temporais de pó!
Deixai o cedro esquecido,
Deixai o cedro estar só!
Em meu orgulho embuçado,
Do tempo zombo da lei...
Oh! venha o raio abrasado,
- Sem me vergar... tombarei!
Gigante da soledade,
Tenho na vida um consolo:
Se enterro as plantas no solo,
Chego a fronte à imensidade!
Nada a meu fado se prende,
Nada enxergo junto a mim;
Só o deserto se estende
A meus pés, fiel mastim.
À dor o orgulho sagrado
Deus ligou num grande nó...
Quero viver isolado,
Quero viver sempre só!
E quando o raio incendido
Roçar-me, então cairei
Em meu orgulho envolvido,
Como em um manto de rei.
Fagundes Varella
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