Há 15 anos atrás, eu peremptoriamente parei de assistir televisão, tudo nesse meio me agastava, os comerciais de 30 em 30 minutos, falsos esmoleres com seus circos midiáticos sobre a desdita de algum infeliz, as formas de entretenimento baixas, vulgares, mais além, eu não me identificava com nada do que eles mostravam... A lassidão dessa forma de mídia vil, eu a sentia cada vez mais pungente.
Querendo escapar dessa fealdade, busquei outros lenitivos para o prurido em minha mente por entretenimento, uma das causas da queda do nosso mundo moderno, a busca continua por estar entretido. Encontrei-o então na internet.
Lá, via gente como eu sendo mostrada, ideias inauditas propaladas, um manancial de liberdade longe dos olhos do vulgo. Pudera eu finalmente, identificar-me, controlar os conteúdos que chegavam a mim, impugnar a propaganda a que era exposto.
Agora, no entanto, vejo que tudo isso rui ante o peso dos colossos corporativos, e todas as execrandas coisas que outrora fizeram-me abandonar a TV, todas estão presentes na internet atualmente. A turbamulta de censores puritanos, que guardam com sanha visceral a sacralidade dos valores modernos contra qualquer possível blasfêmia, que nós, os "não-iluminados", incultos, retrógrados, possamos excogitar. A quantidade nefanda de comerciais vertida em cada vídeo que assistimos, se na TV o intervalo entre as propagandas era de 30 minutos, nas plataformas de vídeo são de 5. Um predicamento tenebroso a todos que desejam entreter-se de tal modo.
Irmãos, não deixemos que essas mídias de massa conspurquem nossas mente, já fugimos delas antes, fujamos novamente! Fugimos porque a batalha da vulgaridade não é uma à qual valha a pena lutar. E, mesmo que lutássemos e vencêssemos, que ganharíamos com isso? Um modo mais apetecível de entorpecer a mente e desperdiçar tempo?! Não, nós já homens, não podemos pensar desse modo, não podemos querer preservar os grilhões da mídia de massa que nos escravizam, e nos enchem com a doce narcose do escapismo!
Que nosso entretenimento seja sóbrio, como nossa mente! Os livros sempre foram o modo mais salutar de entretenimento, não há censuras, nem propagandas, nem proselitistas insidiosamente querendo imiscuir ideias em nosso subconsciente. Apascente tua mente no maná livresco, onde homens insignes e santos falam diretamente a vós no elo indefectível da inteligência, onde antes mediteis em vossos problemas ao invés de esquecê-los. E que vossos espíritos sempre enxutos do torpor mídiatico, possam volitar à ação que deve ser sempre sequitur das ideias.