Sérébrany tinha-se esquecido de que estava sem sabre e sem pistola e que o cavalo que montara era velho. No seu tempo, tinha sido um valente corcel; tinha servido vinte anos nos campos de batalha e, em vez de obter a reforma devido aos serviços prestados, ainda o tinham posto a carregar água ou estrume e não o poupavam as chicotadas. Naquela altura, sentira em cima de si um cavaleiro poderoso e recordara-se do seu passado, quando transportava heróis para combates terríveis, quando era alimentado com cevada selecionada e lhe davam hidromel a beber. Dilatou as narinas, estendeu o pescoço e voou em perseguição de Maliuta Skuratov.
TOLSTOY, Alexei, Ivan o terrível ou a Rússia do século XVI, capítulo XIV, A bofetada.
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