Das milhares de luzes que rutilam em nosso caminho, que podemos escolher, que podemos inteligir? Esses sóis distantes, mas eles são vários e cambiantes, e tão sedutores, numa hora seguimos esse, noutra aquele, seus brilhos iridescentes nos atraem no negror escabroso do firmamento, centelhas de esperanças, que estão lá, podemos vê-las e saber de sua existência, mas seu calor não nos alcança. Que há de bom em sabermos que existem, que há de bom em sermos obsedados pela beleza fulgurante porém pequena e calçada pela distância sidérea infinita? Nossa mente se dilui, deixamos de ser um só com nossa consciência.
E se na fria e tétrica noite nos perdemos por miragens, vagando por espectros luzidios, pontos inatingíveis em estrelas variegadas, o arrebol jamais se nos deslinda e à noite seremos fadados.
Mas se ao invés nossos olhos se voltarem ao sol eterno, massivo e cálido, próximo a nós, tangível, que nos banha com seu calor benévolo e ilumina as escuridades em nossa alma e não somente resvala nossos sentidos de maneira vã. Esse é o caminho da transcendência e fidelidade ao espírito, a unidade, a disciplina, a devoção, e ao seguirmos esse astro-mor com olhos vivos, pode sim nossa consciência transbordar em nosso ser.
Nossa mente una, nosso espírito fiel, a consciência verdadeira.
O ego se dissipa.